Cantorias, Folguedos e Quintais

Uma viagem poética pelo imaginário popular. Sertões e histórias, amor e alegria, tristeza e saudade...

sábado, 16 de maio de 2015



Cantorias - clique para ouvir

Com meus agradecimentos aos malungos que apoiaram a gravação do disco, vai uma canção para "degustação". Jorge Dikamba na voz, violão e clarineta. Nas percussões Babu Xavier e Charlie George, com coro de Vitória Regina. Gravado e mixado por Sérgio Villard no Audio Studio Villard, em Belo Horizonte.
Eis que, da distante Germânia, escreve-me o amigo Nil Lus :
"Adentro uma tapera nas lonjuras, bem pra lá dos lombos do Atlântico. Fecho os olhos. As minhas lembranças se embargam. Não são ruínas que vejo recolhidas ao negrume. Nem uma “taba uêra”: casa velha abandonada em ruínas – origem tupi guarani da palavra tapera – que muitos olham sem ver. Tal como artistas mineiros que muitos ouvem sem escutar.
Olho e vejo sim, uma Terra Brasilis de tantos Jorges abrindo uma fissura no tecido da realidade. Parece luz de lampião vazando na fresta do véu da escuridão! É uma luz encaboclada rasgando um clarão no céu para a estrela de outro Jorge brilhar. Ouço e escuto a voz de elã crioulo de Jorge DiKamba com o seu canto tenro e poesia encantada. A sua viola sertã soa-me como se viesse na garupa da luz líquida de uma noite enluarada.
O meu desejo é que na curvatura das montanhas de Minas - morada de sonhos gastos que esta terra gera e rumina - o mundo te ordene todos os dias um novo belo horizonte."